sexta-feira, 24 de maio de 2013

Vamos falar de solidão?


Que tal falar de como eu fiquei, quando você se foi?
O silêncio não deixou as coisas mais calmas, apenas mais aterrorizantes, é doloroso não ouvir sua voz. Toda a beleza da vida se foi, meus dias são sombrios, minhas noites são intermináveis.
A nossa casa está tão vazia, nossa cama está tão grande. Subo e desço as escadas incontáveis vezes, procurando por você, tentando me conter, tentando não chorar. Tentativas em vão. Todas as lágrimas que contenho durante o dia tomam força durante a noite, e não me deixam dormir. Há apenas um enorme espaço vazio em meu peito. Você se foi e levou meu coração consigo. Você me destruiu.
E não adianta mais pedir desculpas, não adianta dizer que foi melhor assim, que você não queria me magoar. Eu já sei. Te conheço muito bem pra saber que você jamais pensaria em me machucar, te conheço bem o bastante para entender suas razões, e até concordar com elas. Nossos corações ainda batem juntos, mas o seu não bate mais por mim. Caminhos opostos se encontraram durante um curto período e neste tempo fomos felizes, mas a hora da separação chegou logo. Do mesmo modo que você chegou em minha vida, você se foi. Rápido, intenso, marcante. E eu não te culpo por isso. assim como eu, você não é capaz de controlar seus sentimentos, e fez o possível para me fazer feliz. Se importou e ainda se importa comigo e eu admiro o modo como você conversou comigo, como me explicou o que sentia e como foi sincero.
Mas você acha que isso diminui a dor? Entender você só me faz sofrer ainda mais. Eu gostaria de ter um motivo para te odiar. Gostaria de reunir minhas melhores amigas aqui em casa, para falarmos mal de você. Mas como fazer isso se não me lembro de nenhum defeito seu?Se até na hora de despedida você me fez te amar ainda mais?
Eu odeio amar você e vou sentir esse ódio pelo resto de minha vida, mesmo assim desejo que seja feliz, ao lado dela, ou de qualquer outra que você venha a amar!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Mas, se eu soubesse...


Juro que não queria. Não queria acordar e não te ver ao meu lado. Não queria ir dormir na cama vazia. Não queria que sua escova sumisse do meu banheiro. Mas fiz todas as escolhas erradas. Fiz tudo o que não deveria fazer. Achei que você me amava demais para se incomodar com meu egoísmo, meu comodismo, minha falta de jeito, minha falta de tempo. Pensei que seu amor resistiria à distância e frieza que eu impus em nossa relação.
Se eu soubesse naquela época o que sei hoje. Se eu sequer imaginasse que, se eu não dissesse -se eu não te provasse- que meu amor é real, você não teria como acreditar... Ah eu faria muito diferente! Eu acordaria mais cedo em um dia qualquer, pra preparar as panquecas com café fresco que você toma todos os dias. Eu me lembraria do seu aniversário todos os anos, aliás, me lembraria de todos os nossos aniversários: da primeira vez que nos vimos, da primeira vez que ficamos a sós, do nosso primeiro beijo, da nossa primeira briga, da nossa primeira transa, a primeira vez que você passou a noite na minha casa, até mesmo a primeira vez que eu você pintou o cabelo. Se eu soubesse o quão importante é pra você ir ao teatro de vez em quando, eu te levaria para ver todas as peças do mundo, e fingiria que adorei todas. Se eu soubesse que você queria que eu fosse mais vezes na sua casa, juro, eu não sairia de lá.
Mas como eu poderia saber se você não me contou? E como você poderia me contar se eu nunca estava lá? Nunca estava lá pra comemorar seu emprego novo, ou elogiar seu vestido, nem para te apoiar quando perdeu o emprego, ou me empanturrar de chocolate com você na sua terrível TPM. Eu estava sempre preso no bar com os amigos, ou na frente da TV vendo o jogo do meu time, ou de qualquer time de merda da segunda divisão. Estava ocupado demais com assuntos da empresa, ou com as contas do mês que não fechavam. Mas hoje eu finalmente soube que para estar do seu lado é preciso merecer sua companhia, e, soube também que eu não mereço. Não mereço ver as ruguinhas que se formam nos seus olhos quando você ri, nem seu cabelo bagunçado de manha. Não estou á altura de tamanho privilégio. Não sou digno dos seus abraços, dos seus beijos e do seu amor. Por isso não quero que volte para mim. Quero apenas que me perdoe por não saber retribuir a grandeza do amor que você me ofertou.


E agora, para embalar a nossa primeira postagem, a música Por Onde Andei, de Nando Reis